Participei de um evento em que um dos assuntos abordados se relacionava a questão do uso
indiscriminado do telefone celular por parte das crianças e jovens de forma geral, bem como em sala de aula, ou seja, em
horário impróprio, desviando assim o foco e a atenção durante as aulas.
E esse assunto, me remeteu a uma leitura que
fiz. E como de costume, marco sempre os trechos que julgo importantes
enquanto leio, um trecho em especial me chamou atenção, dizia o seguinte: “Criança não precisa de um iPhone aos 9 anos, não precisa ir à Disney
antes de ser alfabetizada, não precisa de um guarda-roupa de estrela de cinema.
Criança precisa ser amada.” (Martha Medeiros).
Então, não seria talvez a hora de refletirmos a
respeito de como estamos conduzindo essas questões?
Digo isto por ter percebido
a angustia e o desespero daqueles que se manifestaram, pois naquele momento o
que se via era um alvoroço e burburinho de alguns pais, numa tentativa de exporem as suas opiniões a respeito do assunto e até justificarem suas posições.
Afinal de contas, aquele equipamento
eletrônico assim como tantos outros bens materiais, podem representar várias
coisas, tanto para quem deu como para quem recebeu. Mas fundamentalmente ele têm um valor que vai além da sua utilidade fim, podendo até, significar muitas
vezes, a falta ou ausência daquele(a) que deveria estar presente na vida dos filhos(as) ao invés do celular e que infelizmente e sabe-se lá por quais motivos, não está.
E nesse engano, usam de
alguns mecanismos como forma de subornar a sua própria consciência ou quem sabe
até as possíveis obrigações e responsabilidades que estão sendo negligenciadas.
Seria bom que as escolas pudessem e tivessem, o poder de suprir as necessidades
de ordem afetivas que sentem algumas crianças, porém, elas não conseguem assumir esse papel que é próprio de um pai e de uma mãe na vida delas, o máximo que as escolas podem fazer é ensinar
as matérias que vão ajudá-las no seu crescimento para adquirir conhecimento e desenvolvendo assim o seu potencial intelectual, bem como orientá-las no intuito de
despertar a aptidão da profissão que desejam seguir.
“Não basta ser pai ou mãe tem que
participar mesmo”. E participar requer um desprendimento total que vai fazer toda a diferença na
vida do filho ou filha. A educação verdadeiramente dita, é aquela iniciada e ensinada em casa pelos
pais ou responsáveis. São os valores éticos e morais que importam de fato, e
esse somatório além de relevante os acompanharão para sempre no decorrer da
vida.
Por essas e outras razões, é que devemos nos conscientizar da importância
dos ensinamentos advindos de atitudes corretas, com bons exemplos, muito amor e
senso de justiça, pautados também na religião e respeito ao próximo, só assim o
resultado será satisfatório e desejado.
O modo como ensinamos e o que ensinamos aos nossos
filhos no seio familiar vão impactar diretamente na vida social e nos
seus relacionamentos com as outras pessoas, quer seja no ambiente escolar
enquanto estudante, profissional em qualquer área de atuação ou na vida como um todo.
Portanto, sejamos cumpridores do nosso papel, como educadores e formadores de seres humanos melhores e conscientes. E para tanto será necessário que cada um de nós enquanto pais tomemos bastante cuidado, pois a depender do que for transmitido impactará diretamente na construção dele ou dela, vindo a definir se a sociedade será ou não mais consciente
e justa.
É pertinente também que escola e família caminhe juntas e de mãos dadas, essa
parceria é primordial.
Sejam autênticos, participativos... Atendam aos
chamados e convites para participarem de reuniões que envolve assuntos e interesses ligados aos seus filhos(as), questionem, procurem saber e investiguem se for necessário, cobrem,
mas também cumpram com os seus deveres, conversem mais com seus filhos e sejam
amigos deles, criem laços afetivos. Afinal,
amor nunca é demais!